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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Cristo e a Seringa

Cruz e Seringa
Pedro Penido

Pilares de mármore branco
nos grandes salões das catedrais.
Eu cuspo sangue nas suas paredes brancas
e não admito que nos tratem como animais.

As visões que vislumbro a cada passo...
Sombras no piso branco, assombros do passado.
Fúria imensurável.

Se deus é o juiz, sou eu o condenado;
Se ele é o pai, sou eu o filho bastardo.

Lâmina nas mãos.

Para os vendedores da salvação:
O diabo, deus e toda a criação.

Dizem que trafico almas...

Certo dia vi o Cristo trôpego, se arrastando pelo chão,
Tinha sangue no nariz, sombra nos olhos, uma agulha na mão;
Ria de nossas loucuras... gargalhava... ria de nossa condição.

Anjos estuprando a vontade;
Demônios como grandes líderes da cristandade;
Os mais pútridos sabores de sacroprofana comunhão.

Nos olhos da inocência eu vi muito mais
que poderia ver e aguentar um coração.
Nos moldes da moralidade destes dias
vi o Cristo injetando realidade e loucura...
sua 'salvação'.

Ajuda-o e ensina-o, amigo, poesia, humanidade e amor.
Somos irmãos, todos, nos versos de qualquer língua.
Somos homens e não servos de deuses da seringa.


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