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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Saudade

Saudade
Pedro Penido

Houve tempo para lamento
camuflado de verso desesperado
como se o mundo parasse para lágrimas
como se o mundo fosse sensibilizado.

Não.
Não há lamento,
não há tempo.

Lágrimas imersas em desejo
misturadas à luxúria e à paixão,
num êxtase absoluto,
verso em chamas,
fogo de libertação.

Olhos safira,
olhos verde-mar,
olhos cor de mel, fel,
olhos de luar.

Sombras...
Idéias...
Ideais...

Mitos do meu desejo,
anseios do meu coração,
clausuras da minha mente,
queima a carne a flâmula da paixão.
Que sejam os seus lábios
as muralhas da minha vontade;
do contrário serão apenas os restos
e sombras de insuperável saudade.

Espero que não...

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