Pedro Penido
O estupro da vontade é como o ressoar do trovão. Vem em retardo, atrasado em nossos olhares admirados, ressoando a tempestade e o raio impieodoso. O estupro da vontade subjuga a alma, maltrata a carne e faz definhar as sensações. O estupro da vontade é um golpe comum no mundo dos controladores da moral. São asseclas da desgraça. SIM!!! Asseclas da desgraça!
Eu confino minha loucura ao verso que incendeia minh'alma acuada pela brutalidade do que escorre mundo afora, nas ruas, nas praças. O homem lobo do homem e a maldade irrestrita, deliberada, transformando em caça quem discorda, quem vê por outros prismas.
Sou refém das minhas palavras, vítima da mordaça dum grito absurdo, cravado em verso, sangue e fogo nos confins labirintescos de uma mente abastecida pela percepção do mundo tal qual ele se revela. O registrar destas revelações é tido como pecado, como ofensa, blasfêmia e profanação.
Sinto muito pelos que assim entendem meus gritos. Sinto muito pelo que eram, sempre foram, sempre serão.
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