Passos
Pedro Penido
Todos os dias
o mesmo escarcéu:
olhos escancarados pela madrugada
e lábios consumidos pelo fogaréu.
Dia após dia,
antes do fim do mundo,
longe de qualquer lugar,
os passos contados
que começam no cais
e terminam no mar.
Todos os dias
o mesmo fogaréu:
carne na carne
em momentos de bordel.
Sem norte ou sorte,
vagando raso, inerte.
Brincando com a morte,
enchendo-a de flertes.
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