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terça-feira, 24 de maio de 2011

No Castelo

No Castelo
Pedro Penido

Publicado originalmente no blog Tempus Fugere, em 27 de Agosto de 2007

As muralhas negras da fortaleza erguendo um reino rumo aos céus. O patrocínio da Cruz para os cegos portando jóias e cetros, glórias e fetos. Um homem carrega para dentro do feudo seu desejo de saber quem são aqueles que por sobre as terras do tempo semeiam um império. Em meus mais intrépidos momentos eu caminhei demais para longe dos meus ideais. Hoje sou miséria perante as minhas mais antigas convicções. Sinto-me enjaulado nos meus planos para o futuro, enquanto minha alma rasga meu peito a gritos e cortes, tentando escapar para os ventos que trazem a tempestade. As imperfeições do meu momento, refletidas nos corredores de verso por onde edifiquei meu castelo, e nele me fiz prisoneiro, encarcerado nas minhas assombrações. Entretido com os pudores da minha mente perturbada, com os sustos que já levei ao me encarar no espelho e vidrar meus olhos num abismo de uma alma corrompida pela plena libertação. Um castelo de cartas, um castelo de areia, um castelo de vidro, dentro de um castelo de aço. E pelas fileiras de suas hordas preparadas para o combate trafego influências, pensamentos, confissões e lamentos. Reino por todos os meus guerreiros diabos e de cada olhar arranco força para permanecer de pé, questionando minha época, minha família, minha vida, meu propósito, meu sujeito, meu predicado, minha loucura, minha imprudência, minhas decisões, minha fé... minha fé...

Um novo retorno ao castelo das perdições, dos sonhos estuprados pela sua própria propagação. Soldados de pedra, solados de aço... Meu destino na lâmina de uma espada, não importa quem eu sou, não importa o que eu faço. Perdão eu peço pelas divagações de um estado de absurdo cujo simples estalo é uma tocha num mar de escuridão. Somos terras cultiváveis, esperando pela plantação... enquanto coroa e clero disseminam sua infestação. O trabalho trocado pela garantia de vã e esparsa proteção. Eu sobrevivo em minha mente torpe protegido por um feudo cujo lorde sou eu, novo asmodeu... Que sonho estranho é esse? Ah... Sinto tanta falta da minha poesia... minha epifania!

imagem extraída deste post

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