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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Quantas Vezes

Quantas Vezes
Pedro Penido

Quantas vezes já caminhamos por praias sem fim? Atormentados por angústias que nos arrancam as mais profundas e densas lágrimas, caminhamos deixando pegadas na areia, deixando sensações vastas e incompreensíveis em nossas veias.

Quantas vezes já movimentamos, sozinhos, as paradas pelo caminho? Quantas voltas em torno do mesmo lugar? Quantos tragos dados em nome da loucura de sentir a vida correr à medida que estremecem nossos ossos e arrepiam os pelos de nossa pele?

Quantas vezes já pensamos que as coisas poderiam ter sido melhores? Quantas vezes já imploramos, ateus ou não, para que o Tempo, senhor de tudo mais, nos desse uma segunda chance? Quantas vezes já vendemos nossas almas em busca do inalcançável poder de voltar e seguir outros cursos e caminhos? Quantas vezes já precisamos de uma mão amiga e seguimos, para sobreviver, sozinhos?

Quantas vezes já sonhamos acordados e demos sorrisos sutis em noites de temporal? Quantas vezes foram as tochas incendiárias do amor que nos deram forças para avançar para o olho do furacão? Quantas vezes foram os olhares cúmplices de nossos amigos que nos conduziram para além da tormenta de cada dia?

Quantas vezes sentimos os olhos vidrarem em lágrimas à simples menção de nomes que não mais constam na brutal realidade? Quantas vezes foram palavras e sussurros fantasmagóricos de nosso passado que nos alertaram para os erros e acertos, para os riscos e oportunidades, para as loucuras inimagináveis da jornada?

Quantas vezes?

Somos carne e sangue, ossos, verso, fogo. Somos nossas vontades impelidas por nossa capacidade de seguir em frente. Somos nossos maiores inimigos num reflexo-eco da vida. Somos deuses de nossa vontade, senhores de nossas escolhas. Somos fabulosos e monstruosos, loucos e sábios, virtudes e pecados. Somos o que importa ser.

Quantas vezes seremos nossos sonhos? Quantas vezes estaremos preparados para o que acontecer? Não importa. Desde que façamos acontecer e gargalhemos até morrer. É o que importa... É o que o Tempo nos deixa ser.



2 comentários:

  1. Excelente,meu caro primo.A cada dia você aperfeiçoa mais o ofício.
    Para quando é o livro?
    Um grande abraço.

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  2. Quantas vezes, por medo de errar ou de sofrer não vivemos.

    Perdi as contas já.

    Beijos pra ti poeta

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