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sábado, 9 de julho de 2011

Nau, Mar e Poesia

Nau, Mar e Poesia
Pedro Penido

Contagem regressiva...
A luz esvai-se aos poucos...
Vem a sombra mais uma vez...
Novo tempo dos loucos.

Esperei por tempo demais...
Meu lugar não é a luz...
Meu lugar não é o cais...

Preciso do meu mar...
Preciso da tempestade...
Preciso do meu mar...
Preciso da minha sanidade.

Enlouquece-me o cotidiano...
Enlouquece-me a santa hipocrisia...
Preciso de velas negras em chamas...
Preciso da Tormenta, da Poesia!

Que venham as ondas...
Que venham os furacões...
Eu vivo no instante do absurdo...
Eu vivo das minhas inspirações...

Preciso da vastidão impiedosa do mar...
Preciso da minha vida de volta...
Preciso voltar à Loucura... ao Sonhar!

Os dias de praia estupram minha alma...
Os dias de paz enlouquecem meu coração...
Eu preciso da Batalha e não de calma...
Eu preciso de cada instante de toda explosão!

O nevoeiro traz o mistério...
Um dia inteiro de cemitério...
Quatro paredes, um escritório...
Quatro paredes, um sanatório...

Valores e pudores em franca harmonia...
Na moralidade vazia do 'nosso trabalho'...
Somos todos engrenagens de fantasia...
Todos cartas rasgadas em um baralho...

O jogo armado ao longo de todo um dia...
O tempo passando lá fora, lá fora a poesia...
Um câncer que se alastra de modo assustador...
Nas jaulas do sistema, o credo ao 'bom diretor'...
Aquele que se alimenta dos anônimos da mais-valia...
Desígnio de cada escravo, cada 'bom colaborador'...

Cá, ancorado em meu falso destino, eu grito de dor...
Alimento-me da minha fúria; do meu próprio horror...

Lembrando-me dos tempos de nau aos ventos...
Navegando em sonhos os mais loucos sentimentos...

Minha vida inteira: explosões e instantes...
Pouca coisa vai além disso, pouco deveria ir...
De tudo, as mais importantes...
São aquelas que te fazem sonhar... e te fazem sorrir!

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