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terça-feira, 20 de março de 2012

Sobre as noites estranhas

Sobre as noites estranhas
Pedro Penido

Há noites estranhas. Invulneráveis aos nossos gritos de desespero. Noites que gritam sozinhas, rua afora, pelo vento fresco, andarilho fugaz.


Há noites estranhas. Incompreendidas e incompreensíveis, das relvas aos monstros de concreto, dos espelhos d'água aos rios de asfalto. Noites estranhas, gélidas sob todas as remanescências do sol imperador.


Há noites estranhas. E por elas perambulo. Arrasto-me de sombra em sombro, brasa à frente e tragos pelo caminho. Um companheiro silencioso das bestas e anjos que vagam nos becos, um incauto observador.


Eu trago nas noites e das noites um pouco do que sou: resto, sombra, vento e verso. Muralha sensível ao mais estranho sabor.



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