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quarta-feira, 11 de abril de 2012

O Dia Estranho

O Dia Estranho
Callis Morius


Ei-lo: o dia estranho.


Nuvens esparramadas de forma estranha em um azul um tanto quanto diferente. Formas que, finalmente, nos convidaram a desenhar e a brincar.


Ei-lo: o dia estranho.


Um cinzento no branco das formas que se esticam pelos céus. Um vento frio pelos corredores do sol imperador. E tudo deixou de ser o que apenas é e passou a ser detalhe de algo muito maior.


Ei-lo: o dia mais estranho de todos.


Quando amores tantos foram encontrados no despertar da manhã. E homens e mulheres apaixonados resolveram se declarar. Houve silêncio estranho, o silêncio das bocas que se encontram. Um silêncio estranho, mas não estranho para aquele dia.


Ei-lo, meus irmãos: o dia estranho.


Quando a poesia se espalhou pelas ruas e estradas; desnudou os corpos; mostrou a carne de amor louco que habita os protocolos e engrenagens deste monstro dantesco que chamamos de "vida normal".


Ei-lo, meus amados: o dia estranho.


Quando foi arrancada da ferida a peçonha que nos compele a jornadas cegas e felicidades frias, uma cegueira do absurdo, que nos amedronta ou emudece; nos isola da majestade única do temporal.


Um dia estranho para tantos e tão mais estranho para todos os demais. O primeiro dia em nossas vidas em que fomos o que somos e não o que éramos. O que não seremos mais.

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