Dias do Sol Branco
Pedro Penido
Uma manhã de sol branco,
destas, cujo céu, feito lousa,
estende-se, servo da imaginação.
E há poucas formas ali,
pois, sem o azul dos limites,
as nuvens tornam-se pesadelos
e não mais palcos da criação.
Eu amo dias de sol branco.
E acordo em manhãs assim,
vestido de interseções
e dúvidas sobre o caminho.
Passo atrás de passo,
incauto feito o próprio Criador.
Sem protocolos rasos ou ritos quaisquer.
Sem as preces petulantes da tua fé.
Vou-me... para o dia...
para o trabalho, para o baralho.
Vou-me, poesia, todo dia,
para os versos onde batalho.
Há tantas guerras para se lutar
e apenas uma que não posso vencer.
Amo dias de sol branco.
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