Eduarda Rodrigues
Prefiro os dias cinzas sem graça aos dias engraçados de sol
As árvores escuras da noite ao grito do verde na manhã orvalhada
O amarelo dourado da tarde ao azul do mês de agosto
Mas prefiro as pipas e papagaios de agosto a qualquer outra coisa mundana
Meu enclaustro da mente que a abertura dos divãs dos doutores
A solidão de mim mesma às companhias vazias que nada tem a me acrescentar
Prefiro ser ostra misteriosa tendo pérola preciosa guardada a ter que exibir meus olhos de azeviche pra quem não sabe apreciar
Me trancar e trancafiar em mim e realizar tudo na minha, sempre sozinha
Do que me entregar e me dividir com alguens que não sabem como é porque essa é a vida de uma mulher que é murta e sendo murta não pode mudar
Prefiro só a mim me doar, por que sendo assim não vou me quebrar.
E jamais novamente vou reciclar minhas partes, juntar meus pedaços e ter que me colar.
Eu sou agora um habitat, a vida é que crie coragem de a mim se adaptar.
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