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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Cá estamos

Cá Estamos
Pedro Penido

Cá estou
outra vez.

Resto do mundo,
do tempo, dos gritos,
dos medos, das sombras.
Resto de tudo.
Nada do que restou.

Cá, neste verso, estou.

Trôpego.
Frase a frase,
rima a rima.

Sem fôlego.
Crase à crase.
Sina a sina.

Palavras...
meu santuário,
um campo de concentração.

Sensações...
obituários
das revelações.

Cá estou eu,
mais uma vez.

Jogando cartas com os ventos.
Brincando de sentir o mundo.
Ludibriando meus sentimentos
sendo tão raso num eco profundo.

Há um monstro
dentro de todos nós.
Imerso nas sombras
que emanam da voz.
Das vozes que falam,
das vozes no papel.

Há um monstro
dentro de mim e de você.

Liberte-o... dê-lhe um céu branco...
Deixe-o voar... tocar... escrever...
Que a vida seja o rascunho
de tudo que há de ser dito.

Que o tempo seja mero esboço
deste eterno manuscrito.

De todo o nada,
e do nada de tudo,
somos apenas tudo e nada que restou...

Por isso, meu amigo...
Mais uma vez, cá estou.


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