Transforme este blog em um ambiente de interação e reflexão. Fique à vontade para comentar.

terça-feira, 22 de junho de 2021

Ao sangue os hunos

Ao sangue os hunos


Você sabe o que é barbárie?
Saberá dizer quando ela chegar?

Eu não sei de muita coisa...
Mas de alguma coisa eu sei.

Quando chegar a barbárie
ela vai matar todo mundo.
Pobre, preto, índio, vermelho, gay.

Quando ela chegar
alguns irão para a rua
chamar burro de mito 
e mito de rei.

É natural do assustado
correr para seu opressor,
mas quando a barbárie chegar
o tirano será aplaudido
e traído será o professor.

Sobre a tal barbárie,
eu não sei de muita coisa...
Mas de alguma coisa eu sei.

Diferente será crime
e o crime será a lei.

Haverá aquele tipo ultrajante
camuflado de isento pensante,
certo mero fascínora repugnante
empossado pela horda ruminante.

Enquanto... cá, de bandeira em riste,
quebrando o pau a gente resiste.

E enfrenta os dragões nas cisternas do poder
e seus isentões desgraçados e pelegos babacas,
com foice em sangue por onde a gente for.

Afinal, rei, qualquer que seja,
 é feito (ou eleito) pra morrer,
e que arraste,
pela estrada da vergonha,
 quem segue pato, seja boi ou vaca,
pelo próprio entardecer.

A gente não tem tempo de explicar o óbvio,
ainda mais, convenhamos, o ululante,
muito menos santificar-se ao custo da vida
para ser santo e ter tolerância com o intolerante.

Sobre a barbárie...
Eu não sei de muita coisa.
Mas, de alguma coisa, meu amigo, eu sei.

Ai daquele, que bancando o huno,
ousar ancorar em cais de saudade,
esse barco, cujo sopro enfuno,
para dentro da mudança-tempestade.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Aos Amigos da Poesia

Aos Amigos da Poesia


Este é o nosso ar!
Este É o nosso AR.
Verso é chama
e vida é gasolina.

Que a gente viva de incendiar
nossos limites e nossas muralhas.
Que a gente viva de experimentar
a legimitdade de nossas batalhas.

Que sejamos, todos, irmãos de luta
nesta coisa absurda chamada guerra.
Que lutemos, lado a lado, na labuta,
para varrer o ódio da face da Terra.

Este é o nosso ar!
Ei-la, singela, suprema, a Poesia.
E não nos deixemos intimidar
por quem açoita a democracia.

Poesia é pedra na vidraça
e a vidra uma rede de espelhos.
Que enfrentemos todo e qualquer reaça
e jamais nos permitamos ficar de joelhos.

Poesia é gasolina.
E o amor, meu amigo, é fogo.
Que a gene viva cada linha
com bons parceiros nesse jogo.

Pois se poesia incendeia,
e a vida é um floresta em brasas,
entendamos que o verso desencadeia
o vento de nossas asas.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

ARRUACEIRO

ARRUACEIRO
Pedro Penido


Há tanta gente
e tanta norma
e tanto medo
e tanta forma
na mente
escancarada
do brasileiro

que eu,
do lado de cá,
no branco
de um verso nublado
só posso refletir
sobre o papel
da arte
nesse mundo
de deuses odiosos
e odes ao dinheiro

e concluir
que liberdade
é horizonte,
que arte é fronte, 
que amor é ponte
e que todo verso,
em absoluto,
seja arruaceiro.

Crepusculemos

CREPUSCULEMOS

Adentramos o crepúsculo,
de armas na mão.
Enquanto carregam tochas,
carregamos a razão.
Enquanto carregam ódios
carregamos o coração.


Adentramos, camaradas, o crepúsculo
cujos tentáculos esguios alcançam a escuridão,
construindo muros ao invés de pontes,
segregando o mundo sem compaixão.

À nossa frente, ruas afora,
estende-se o mais insano breu,
onde desaparecem filhos tantos,
e criam-se ilusões de apogeu.

Perseguirão nas ruas e dentro das casas
quem for diferente ou pensar como nós,
e estarão fortalecidos pelo conforto da ignorância
aqueles que chamam de salvador o próprio algoz.

Pois a História tem um verbo,
e esse verbo respira revolução.
Num dia perseguem a verdade,
no outro a mergulham na escuridão.

Adentremos o crepúsculo,
de armas na mão.
Enquanto carregam tochas,
carregamos a razão.
Enquanto carregam ódios
carregamos o coração.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Sorvo e Tormenta

Sorvo e Tormenta
Pedro Penido

Tomo-te nos braços
e trago do sorvo dos lábios teus.
Feito vento de tormenta
em nau de náufrago dissabor,
louco até o fim do mundo,
tão perto de ti, tão longe de deus.

Flâmula negra e flâmula escarlate
num baile de canhões e morte
um usa a esgrima, o outro a arte.

Olhos de falcão pela lâmina afora
em duelo de golpes de sorte
enquanto o desejo-tempestade aflora.

Tomo-te nos braços
e trago do sorvo da boca tua.
Feito vento de tormenta,
em mau e trôpego ardor,
escorre a lâmina na carne nua.







quinta-feira, 4 de maio de 2017

Feito louco, poeme-se



Feito Louco, Poeme-se



Rabisca as nuvens no céu,
os dedos úmidos no bordel,
ou sangue novo no papel.


Rabisca... e isca...
Deleita... saboreia...
Acende... devaneia...

Larga, no canto da sala,
nas sombras, nas curvas,
nos instantes, nos lábios,
rimas sem qualquer valor.

Fala da luta, da paixão, da dor.
Fala pra puta, pro irmão, pro amor.

Acima de tudo,
feito louco,
poeme-se,
vil e voraz.

Esse mundo,

não é dos deuses.
Esse mundo
é o que a gente dele faz.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Ventos Frios de Temer

Ventos Frios de Temer


Em tempos sombrios
o frio exaure a alma.

E arranca dela
tudo que ela tem.

E arranca da face
toda a alegria que houver.

O frio,
do tempo sombrio,
é para Temer.

Sorri,
gélido,
para a exceção.

Conspira,
malévolo,
pela subordinação.

O sorriso
do assassino
cujo punhal
ainda vibra
em sangue.

Em tempos sombrios
os frios são de Temer.
E de ventos frios assim
nasceram tantos fins.

E para o frio
nada melhor
que o calor.

Para o tempo sombrio
nada melhor, meu amigo,
que o amor.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...